quarta-feira, 25 de maio de 2011




Já não acho mais palavras para expressar meus sentimentos. Já não acho mais graça em muita coisa.
Meu desânimo é meu veneno. E não encontro mais minha solidão para me confortar.
Já não via graça nas pessoas. E agora nas coisas.
Já não ligo para as conversas. Confesso nunca ter gostado mesmo.
Já não me cobro tanto. E em tudo eu sei que o que é para ser, será.
Já cansei de me expor. De expor meus ideais e idéias.
Cansei de ser mau. E fingir que sou bom.
Cansei de acreditar em que um dia tudo irá mudar.

"Cansei de viver, mas vivo.
Pois cansei de tentar morrer."

quarta-feira, 11 de maio de 2011





Como pode o céu tão estrelado me tocar
se a claridade do dia ainda me comove.
Como a dança dos pássaros através dos concretos.
Sabe Deus se eles sabem o quantos são belos.
Sim, todos nós sabemos.
Cada ser. Cada um em sua dança particular. Cada um em seu devido lugar.
Cada ação criando sua reação.
E o som dessa melodia criando inspiração.
De paz. De vontade de viver.
De poder absorver tudo o que Deus nos deu.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Apesar da escolha que havia tomado, ele dirgia com cautela e respeito. Não existia motivo para pressa.
Curtia cada minuto do seu trajeto. Pela primeira vez observou pessoas, animais e objetos de uma maneira única. Mas nada que o fizesse voltar atrás em sua decisão.
Chegando no lugar escolhido, teve que ter paciência até achar uma vaga e colocar aquela azucrinação de nome Faixa Azul Rotativo. Mas isso agindo no piloto automático e o fazendo querer mais do que nunca concretizar seu plano e se libertar de sua vida robotizada.
Logo entrou no edifíciio, pensou na fraca segurança e como a comunidade não está protegida de pessoas loucas.
Elevador grande e antigo. Fila para entrar. Mas não se importou. E não só observou como interagiu com todos ali, apertados e sonolentos. Como de costume mas desta vez mais fervoroso, desejou que algum cabo arrebentasse e acabasse com todo aquele sofrimento. Nada aconteceu. Continuou a subir. Último andar. Mas não o destino final. Ficou surpreso que ainda faltava mais três lances de escadas até o topo.
Abriu a porta da cobertura. Pensou na segurança local novamente. Caminhou até a beirada e contemplou a bela vista. Ficou por ali por horas admirando e fumando alguns últimos cigarros. Apesar do medo de altura, olhava para baixo e pensava em tudo que o levou a estar ali naquele exato lugar e momento. E desejou, por último, não sentir mais dor.
Ele não pula. Se deixa cair. Parece não ter fim. Tudo em câmara lenta. Eternidade. E caindo viu que tinha algo errado. E pensando sobre isso seu celular começa a tocar.
Mas não era ninguém. Apenas o despertador lhe avisando que chegou a hora de se levantar.
E o piloto automático tomou o controle novamente e, ansioso, foi viver mais um dia e esperando que a noite chegasse rápido e pudesse se libertar mais uma vez.